Amar em Tempos de Guerra

Entrego estas palavras ao vento, na esperança de que estas cheguem até ti,
cravado no meu peito as palavras que por cartas, me confessavas.

Perdi-te algures numa guerra, que temo, não ter fim.
Temendo não poder de novo, ver-te.
Guerra de amores desperdiçados, e de corações despedaçados,
Somos fiéis soldados numa luta que nos une,
E que tanto nos separa.
Exército, que não luta senão por amor,
Em busca de um sonho que tem gosto a liberdade.

De espingarda apontada, disparo o teu nome:
Rezando a Deus que saibas que é o teu nome que sangro;
Que é por ti que morro,
E por nós, que vivo.

Somos inertes combatentes na frente,
De corações postos na linha do fogo,
Algures perdidos no epicentro dos descobrimentos,
Na perdida cidade de Atlântida,
Que é este o nosso campo de batalha.

Por ti, sou estratégica e egoísta Alemanha que só deseja possuir-te;
És geográfico arquipélago, que tanto a mim me resiste.

És o real ditador dos meus sentidos;
Sou Normandia à espera que em mim atraques..
Eterna espera que nunca chega.

Passámos de presentes certos, a futuros sonhados,
Assentes na sua própria impossibilidade determinada.

Desertor de Guerra,
Fugitiva que por ti procura,
Mas que nunca encontra,
Torno-me prisioneira de Guerra,
Testemunha de Nuremberga,
Que defende com a própria vida o amor que por ti grito.


E hoje, choro não sabendo se estarás vivo.
Eternamente vivendo na antecipação de que não te tenha perdido.

É amar-te, a ti,
Em tempos de guerra.
Querendo ser tua,
sabendo que jamais poderás ser meu.

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