Inacabado

E a ansiedade é de novo companheira de sonos e sonhos inacabados.
Mostrando-se omnipresente num quotidiano disfarçado de rotinas forçadas, desprovidas de qualquer vontade e sede por viver.

Ansiedade que consome, que sufoca, que me esmaga e destrói.
Ansiedade que me mata.

Estou permanentemente e eternamente acordada - numa realidade sonhada, turva e monótona.
Ou será que durmo?

Conto os dias e os dias não passam, conto os anos e não passam,
E eu, acordada
cansada
Sem ser capaz de recordar a última vez que dormi.

Os sonhos confundem-se com a realidade. Misturam-se. Sem retorno.
E eu, paralisada.

Grito, mas ninguém me ouve.
Sussurro, mas ninguém escuta.
Suspiro, sempre em vão.

O escuro resguarda o meu choro
O meu grito silencioso
A minha fúria sufocada.

O meu presente inacabado.

Sou cinza de sonhos alheios.
Sou fogo extinto em floresta que arde.

Sou insónias de ansiedades mal dormidas,
Ansiedades de amores desperdiçados,
Gritos de pazes dilaceradas.

Dentro de mim existem universos.
Vulnerabilidades em descoberto.
Dentro de mim existe poesia.
Intensidades onde me afogo.
Mágoas que me afundam.
Amores que incendeiam.


Dentro de mim,
Existo eu.

1 comment:

  1. Deverias procurar alguém que te entendesse realmente :)!

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Que se sintam tão em casa, como eu aqui me sinto. ♥