Undressed

O despir físico é banal e comum: intimidade é o despir da alma.

Nunca pertenci a quem mostrei o meu corpo, se nunca se soube encontrar poesia nas minhas estrias e prosa nas minhas cicatrizes.
De nada serve o meu corpo nu, a quem nunca soube ler as entre linhas do arrepio da minha pele e do suster da minha respiração.
De nada serve o meu corpo despido, se nunca se viu para além das curvas nem se amou nunca a arte por detrás da silhueta imperfeita que é este o meu ser.
Nunca fui tua se nunca nos deitámos, juntos e nus, pela mera inocência que é sentir o teu peito contra o meu.

Somos mais que meros corpos.
Somos todas as formas que os nossos sinais formam,
Somos o arrepiar de pele e os suspiros cansados.
Somos prosa e poesia.
Céu, e mar.

Somos os poetas e os artistas,
Que tu nunca possuíste,
Que nunca despiste,
Nem nunca tocaste:

Porque eu sou fogo e gelo,
Sou a praga e a cura,
E sou livre.

Porque como um dia te disse,
Pertencemos ao mundo inteiro e não pertencemos a nada..

...nem a ninguém.


Só eu sou inteiramente minha.

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