Deixei que me perdesses.

"Estou exausta", murmuro, e não tenho mais estofo para isto. Não quero mais preto, nem quero mais branco: dêem-me uma escala de cinzas, ou uma palete de todas as cores.
Quero fugir. Quero sair em busca da pessoa que me fizeste perder nos últimos meses, quero recuperar o tempo que perdi. Quero encontrar amor próprio no meio de todo este caos em que me deixaste. De toda esta exaustão em que me perdeste. Hoje, quero ir embora. Ainda que amanhã permita que tudo isto se repita: E que de novo, te deixe perderes-me. E que de novo, me deixe perder.
Deixa-me dizer-te, que de ti, esperei apenas o que de mim esperaste. Que a ti, só pedi certezas que acalmassem toda a minha indecisão. E que por ti... Por ti, eu movi montanhas e marés.
Quero que saibas, que daria as minhas palavras para que eu pudesse ter sido para ti, a revolução de que tanto necessitas: Mas que saibas, que não lamento não ter sido a calma, e o idêntico de que tanto te enganaste, dizendo precisar. Porque, meu amor, eu sou feita de caos. De revolta.
Mas não te culpo. Não te culpo por não saberes lidar com aquilo que nem eu consigo.
"Amo-te tanto, tanto que nem tenho certeza", dizes-me, e eu engulo as lágrimas e digo algo que não gostas mas que te faz pensar. "Amo-te tanto, mas estou melhor sozinho.", repetes, e eu beijo-te a testa e viro costas, e aí o choro é demasiado para engolir. "Estou exausta", murmuro, de novo, sabendo que amanhã vai ser idêntico a hoje, e eu lembro-me de que nunca fui forte o suficiente para te abandonar.
Que nunca fui capaz de te dizer adeus.

1 comment:

  1. Mudei o url do blog e provavelmente os meus posts não vão aparecer no teu feed, se quiseres continuar a ver no painel tens que deixar de seguir e seguir de novo... Obrigada e desculpa pelo incómodo!

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