Morrer, e viver.

Nasci no dia em que te beijei pela primeira vez. E quase vivi nos dias em que te amei; nos dias em que nos amámos, juntos, e no calor das noites que nos pertenciam.
Oh, como eu desejava voltar atrás.
Como eu desejava poder nascer de novo, e existir nesses tempos em que quase vivi.
E em que quase, juntos, vivemos.
Quantas vezes morremos numa só vida?
E quantas renascemos?
Por ti, morri. Por ti, vivi. Por ti. Por ti.
Por nós.
Queria que soubesses que sempre morria nos dias em que me deixavas, só e saudosa de ti.
Que morria nos dias em que dizias que me odiavas, e que no mesmo instante me atiravas contra a parede enquanto os teus lábios percorriam as curvas do meu corpo: e que bem que me soube morrer assim.
Juntos morremos, e juntos quase vivemos.
E que bom foi partilhar a minha existência contigo.