Que nem um grão de areia

Dou mais um bafo, e o mundo à minha volta,
parou.
Dou outro, e o mundo cessou de existir.
Abro os olhos, e sinto nada mais do que o som das ondas que beijam, delicadas, a areia.
Não vejo nada mais que o som dos batimentos que ecoam no meu peito.
Vejo-te, agora, a meu lado, enquanto contemplas a calma do mar.
E eu, que te contemplo a ti.

"Amo-te",
 penso, e tu sorris.


Sei que me ouves.
Que também tu escutas este velho coração que bate e sempre bateu por ti.

Só, e apenas...
Por ti.

Vejo diante de mim o Passado - o nosso - que tanto de nós criou.
Vejo, diante de mim a minha infância: que de tanto tem tua, como tem de minha.

---

Não nos situamos mais naquela praia que é tão nossa.
Transporto-te comigo, até onde o fado queria que estivéssemos.
Vejo-te. Vejo-te a ti, enquanto a minha mão seguras.
E tu sorris. Dizes-me que me adoras.
E eu,
rio.
sorrio.
beijo-te..
E vejo-te partir.

Estou de volta ao mundo físico, e tu não estás mais aqui.
Nem na praia.
Nem no Mundo.

Perdi-te, algures pelo universo, que nem um pequeno grão de areia que se me escapa por entre os dedos;
Tão rápido..
E tão facilmente.

Hoje, vejo diante de mim, de novo,
nada mais que a tua mão a soltar a minha
Sem nunca me teres dito adeus.

No comments:

Post a Comment

Que se sintam tão em casa, como eu aqui me sinto. ♥