Fazes-me falta.

E (quase) três anos passaram.
E todos os dias revivo o dia em que Deus te tirou de mim.
Foram 1095 dias sem ti. Sem poder ser o teu sorriso.
Ou sem poder ver-te sorrir.
Foram 1095 dias a querer escutar a tua voz,
e todos estes dias sem poder escutá-la.
1095 dias a ter esperança:
Esperança de que a dor passe.
Esperança de que hoje saibas que te amo; E que sempre assim te amei.
Esperança inocente de que voltes, e que tornes estes 1095 dias em nada mais que um pesadelo distante.
E devastador.
Devo dizer-te, meu anjo, que foi a esperança que nos manteve vivos.
Ainda me lembro do som do teu riso, e do som do teu silêncio. Mas por mais que tente, neste acto de desespero, recordar a tua voz, o teu cheiro, ou mesmo o sabor dos teus lábios no meu rosto, não consigo nada mais do que lágrimas que me escapam, e da lembrança da terrível realidade de que já não estás mais aqui, e que nunca mais poderei relembrar-me disto.
- O esquecimento é a pior parte; E que bom que não passarás mais por isto. -
Recordo um mundo perfeito. E chamo de mentirosos a quem ousa dizer-me que a perfeição não existe.
Quem o diz, nunca te conheceu. Quem o diz, nunca conheceu o teu sorriso, nem se perdeu na ternura que era o teu olhar. Perfeição eras tu, eras tu e todos os detalhes que faziam de ti quem eras.. E quem ainda és.
Espero que saibas que não foram anos fáceis. Ainda hoje não o é, e pela primeira vez aceitei que nunca será. Nada é fácil quando não estás comigo. Nada é facilmente suportável quando não estás cá para me dar a mão. Mas será que sabes que já consigo sorrir? Será que sabes que já consigo lembrar-me de ti, olhando para além do dia em que te perdi?
Tornei-me numa guerreira. Numa sobrevivente.
E tudo isto, por ti.
Mas hoje, hoje as minhas pernas tremem, e o coração lateja. Hoje as lágrimas caem, e hoje não consigo sorrir. Hoje o dia em que te entregaste ás estrelas, assombra a minha mente. Hoje o coração grita o teu nome..
E hoje, hoje não sou guerreira.
Hoje sou a menina que te perdeu. A rapariga que chora a tua ausência.
Hoje sou a rapariga que deixaste ás mercês do mundo. E a menina que ensinaste a amar alguém a quem a morte é a única que pode tocar.
E hoje, sou a mulher que te ama.
E que sempre te amou.
Diz-me, ainda te orgulhas de mim? Ainda cuidas de mim, como prometemos, ingénuos, cuidar eternamente um do outro?
É que hoje preciso de ti, e as saudades sufocam-me.
Hoje preciso de ti, e afoguei-me na minha própria saudade.
Dava um ano da minha vida por uma hora contigo.
Tanto que ficou por dizer, tanto que ficou por fazer. Tantos "amo-te" que não chegaram a ser ditos, tantos "adeus" que não foram proferidos.
Tanto amor que não foi aproveitado.
E hoje eu preciso de ti, e preciso que me sussurres, baixinho e ao meu ouvido, que tudo vai ficar bem. Que eu, vou ficar bem.
Hoje preciso que me prometas, de novo ingénuo, e como meninos que um dia fomos, que cuidas de mim. Que te orgulhas de mim: pelo que sou, e pelo que estou ainda por ser. Que me segures a mão, e me garantas que estás bem; Estejas tu, onde estiveres.
É que hoje preciso de ti, mais do que nunca.
E talvez amanhã eu volte a sorrir. Talvez amanhã volte a ser a guerreira que ontem fui.
Mas hoje, meu amor, hoje fazes-me falta.
E não há guerreira que lute senão por amor.

Amo-te, para sempre J.

2 comments:

Que se sintam tão em casa, como eu aqui me sinto. ♥