Hoje te escrevo esta carta. Finalmente, depois de todos estes anos, a coragem foi suficiente. Ou talvez, seja apenas o meu coração de menina que não consegue guardar mais este segredo que desespera por ser desvendado, e todos os dias consome mais um pouco de mim. Peço-te, que apenas relembres o primeiro dia em que os nossos olhos se cruzaram. O dia em que um sentimento nasceu nos dois, mas que se refugiou nos recantos mais obscuros dos nossos corações inocentes. E que só se ia mostrar na pior altura de sempre. Quando ambos seguiríamos por caminhos diferentes. quando ambos estaríamos a tentar fugir do nosso passado. Tão diferentes, mas tão iguais. Juntos começámos a escrever a nossa própria aventura. Juntos traçámos os nossos caminhos. Mas dentro de pouco tempo seguiríamos caminhos totalmente diferentes daqueles que planeáramos. Corações inocentes seriam destruídos. Seriam arrasados e espezinhados. seriam tratados como lixo. E o meu coração de menina, rápido se tornaria num coração de mulher. Mas seria com isso que eu própria iria crescer. seria com isso que eu me iria tornar numa pequena mulher; e com isso, seguiria em frente. ou pelo menos seria isso que iria tentar fazer. Mas enquanto eu cresci com a dor, tu crescerias também. Não com a dor, mas com a saudade. o amor tomaria conta de ti, e ainda hoje é o teu principal guia nesta visita tão longa, mas tão curta ao mesmo tempo.
" O verdadeiro amor nunca morre " será isso verdade? Foram infinitas as vezes em que tentei enterrar o meu amor por ti. Infinitas as vezes em que o desejei afogar em mágoas. Fazê-lo desaparecer. E infinitas foram as vezes em que falhei ao tentar. Não vale mais a pena negar. Não vale mais a pena privar-me de uma oportunidade de felicidade. Não vale a pena privar-te a ti, de seres feliz. não vale mais a pena castigarmo-nos por algo que foi culpa do destino. a vida é curta demais para tantas complicações. é demasiado real para tantos medos. Ainda me custa crer que estou realmente a dizer-te tudo isto. ainda me custa acreditar que isto não é só um sonho, que se pode vir a tornar num pesadelo. Mas no entanto, aqui estou eu: tentando não me esquecer de respirar. Tentando afastar todos os medos que me tentam possuir. Aqui estou eu tentando lutar pela minha felicidade. Pela tua. Pela nossa felicidade. Aqui estou eu, ansiando o dia em que os nossos corações de novo se toquem.
Aqui estou eu, pedindo aos céus que te tragam de volta para mim. Desejando ter-te dito todas estas palavras e muitas outras mais quando ambos estávamos vivos e presentes.
aqui estou eu, vivendo com o coração a transbordar de saudades tuas.
Em breve, teremos tudo aquilo que um dia os nossos receios roubaram.
da eternamente tua,
M. Jane