Cold-Heartless-Bitch

O Ser humano nasceu para desejar o que não possui.
Amamos o que não podemos possuir, amamos quem não nos ama.
Estamos condenados a uma eternidade de procura incessável de um amor que seja correspondido,
quando nem sabemos ao certo o conceito de amar alguém.
Passam 12 anos a ensinar-nos o valor de x ao quadrado, o nome de todos os reis da nossa terra, e todos os tipos de clima existentes. E falham ao ensinar-nos o mais básico de tudo: aquilo que nos move a nós, e que move o mundo em que tão destemidamente existimos.
O que é o amor? Pergunto-me. O que é amar alguém mais do que nos amamos a nós próprios? Pergunto-me, de novo. 
Como sabes que me amas? Como tens tanta certeza nas palavras que me sussurras, ao ouvido e no calar da noite que nos prende? 
E como é que eu não sei se te amo? Porque é que as palavras que te grito nas madrugadas só nossas não sabem a certeza, mas sim a esta dúvida e a esta insegurança?
Amo-te, mas hoje não te suporto.
Amo-te, mas amanhã não te quero ver.
Porque é que o amor, contigo, me faz sentir como se eu estivesse a percorrer um caminho de gelo que quebra a cada passo que dou?
Porque é que amar-te me faz cair de um penhasco,
e sentir que não está lá ninguém que me agarre?

Porque é que me amas, quando ódio é tudo aquilo que eu consigo sentir por mim própria?
Porque é que me amas, se em mim residem apenas as cicatrizes de um amor que me quebrou?
Um amor que me levou ao mais alto dos céus,
e que me cortou as asas antes de me dar a mão.

Porque é que para ti não tenho preço,
se a mim sempre me rotularam de barata,
Porque é que para ti sou indispensável,
se dispensável é tudo aquilo que um dia fui

Porque me levas ao colo, se a ti não te consigo dar a mão?

Amas-me e dás-te tanto.
E eu em pânico, tranco as portas.
Desligo o telemóvel.
E eu em pânico, afugento-te de mim.

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